sábado, 1 de junho de 2013

Afinal qual é a diferença entre LETRAMENTO e ALFABETIZAÇÃO?

    
   



   Sempre quis escrever algo a respeito de "alfabetização" e "letramento", justamente pelo forte apelo ao ensino de Língua Portuguesa através de textos, não apenas nas séries iniciais, como também num processo contínuo nas séries subsequentes.    

    Uma das questões mais discutidas em torno da apropriação da leitura e da escrita nas séries iniciais diz respeito aos conceitos de alfabetização e letramento. 
                                                                                                                                                       - Na  alfabetização  o indivíduo é capaz de decodificar símbolos e letras e lhes dá um novo significado, relacionando-o a alguma coisa jé existente na sua realidade. 
       Ex. b - o - l - a = bola (bola de futebol, bola de sorvete, bola de gude etc.)

- O letramento independe da alfabetização, pois ele diz respeito à capacidade que o indivíduo têm de identificar, ler e produzir textos (orais ou escritos, verbais ou não verbais) da sua realidade, ou que estão relacionados à sua prática social. 
Ex. Identificação de um sinal de trânsito: Placa PARE ou PROIBIDO ESTACIONAR, uma placa de SILÊNCIO em um local qualquer etc.; 
Ao ver uma RECEITA, por exemplo, mesmo sem identificar os grafemas e fonemas, ele lê, ele a identifica e sabe para que serve, pelos seus conhecimentos prévios, por outras que já viu alguém manusear, pelas características comuns que existem entre elas.
O "Letramento é a leitura associada à Prática social."

Mas o que tem uma coisa a ver com a outra?

O processo de alfabetização deve estar relacionado a essa prática social, deve ter um significado para ele, não pode estar distante da sua experiência pessoal.
O professor vai ajudar o aluno a fazer essas relações, que podemos chamar de "reflexões" sobre a língua, ou de "análise linguística."

O que acontece quando o professor trabalha o conhecimento em partes, fragmentado e distante da realidade do aluno? Ele não aprende?


  • Este aluno vai ter que estabelecer estas relações de significado, sozinho, sem a ajuda do professor. Quando o aluno consegue realizar mais rápido essa associação, é considerado muito inteligente.
  • Existem outros, que muito lentamente conseguem estabelecer essa relação, que pode ser chamada de "estalo", por alguns alfabetizadores, muitas vezes à custa de  recuperação e/ou de repetência de ano.
  • O terceiro grupo compõe-se dos multirrepetentes, os fadados a repetirem muitas vezes, até que consigam montar a própria custa o "quebra-cabeça que jogaram sobre a sua cabeça"...(kkkk, só para descontrair um pouquinho!!!), ou costurar os "retalhos" de uma grande colcha que lhe foram dados lá no início da sua alfabetização.
Conclusão

O Processo de Alfabetização deve caminhar concomitantemente com o Processo de Letramento. As atividades de leitura e escrita devem partir de situações significativas para o indivíduo, devem ser contextualizadas, fazerem parte de situações sociocomunicativas para que a compreensão se dê num todo significativo e não somente em partes isoladas, desconexas e portanto sem nenhum significado.

(Luza Mai - 1º/06/2013)